Entrevista – As influências e os planos da nova fase da Teto das Nuvens

A banda gaúcha de emo/post-hardcore Teto das Nuvens marcou o início de uma nova fase com o single “Epílogo”, lançado em março, pelo selo Loop Reclame.

“Epílogo” é a primeira inédita do quinteto após o disco de estreia Caso Você Esteja Errado, de 2020, e possui uma produção moderna que destaca, em um mesmo patamar, o instrumental e as vocalizações bem trabalhadas, com uma letra sobre aprisionamento e libertação em relacionamentos.

A inspiração da cultura japonesa para a estética do videoclipe, segundo a banda, partiu de um vislumbre sobre como “Epílogo” parecia ser as tradicionais músicas de desfechos de animes.

“Pareceu-nos uma combinação boa. É uma música sobre encerramentos e é comum os créditos de anime serem acompanhados de músicas mais melancólicas. Daí surgiu a ideia de criar o vídeo de lançamento com esse conceito”, eles contam.

Você já conhece a Teto das Nuvens?

Talvez você já conheça a Teto das Nuvens, que antes chamava-se Swansea – not the club e cantava em inglês. E nesse período, que durou seis anos, tocaram ao lado de Circa Survive (EUA) e Dance of Days.

Formada por Luiz Fernando Santos (vocal); Tiago Rezende (guitarra); Douglas Jacques (guitarra); Daniel Farias (bateria); e Jotapê Gomes (contrabaixo), a banda inicia sua nova fase com músicas em português e influências que vão desde Black Alien a Incubus, passando por Turnstile e Linkin Park.

Trocamos uma rápida ideia com Luiz, vocalista da banda, sobre o lançamento e a nova fase da Teto. Confira a seguir!

• Por que a mudança de nome e por que “Teto das Nuvens”?

Na verdade, o nome foi a última coisa do projeto todo que a gente definiu. Quando começamos a compor o álbum, o nome nem existia, mas a gente sabia que tinha que ser alguma coisa em português. A gente “bateu cabeça” pensando em nomes durante um tempão, mas a questão da “nuvem” era unanimidade, porque nos representa: o som às vezes calmo, tranquilo, e às vezes pesado, tempestuoso, assim como as nuvens. O lance é que tem uma gíria que usamos muito aqui em Porto Alegre que é “teto”, que representa, basicamente, algo por trás de uma ideia maluca. Então, esse é o Teto das Nuvens (risos).

• Além do nome e das letras em português, quais outras diferenças vocês veem entre uma fase e outra da banda?

Observando hoje, acho que a principal foi a questão da identificação da galera com as histórias que contamos e a nossa maneira de compor. Antes não tínhamos produtor atuando também na parte criativa e, depois que o Wagner Schwertz assumiu esse papel conosco, tudo ficou mais lapidado. As músicas anteriores eram mais selvagens, mais “brutas”, digamos assim.

• Vocês são de Porto Alegre, de onde saiu um dos maiores nomes do emocore brasileiro, a Fresno, e ouvindo Epílogo lembrei deles. Imagino que a banda seja uma inspiração, certo? E como vocês veem a cena emo/hardcore de Porto Alegre hoje e quais bandas vocês indicam pra conhecermos?

Na Teto foi uma grande influência, quanto às letras e também na história que eles (Fresno) fizeram. A maioria de nós conhece várias musicas de cor, fomos em muitos shows aqui em Porto Alegre… Lucas é um cara genial e é irado pensar neles, porque bebemos das mesmas fontes (os emos e post-hardcores 2000, por exemplo).

Aqui em Porto Alegre a cena está começando a dar as caras de novo, e tem muitas bandas que estão em hiato, mas já sugiro dar play em: The Completers, The Tape Disaster e Reforme. Essas são altíssimo nível!

• O que podemos esperar depois de “Epílogo”?

Que a régua vai subir (risos). Na verdade, já estamos preparando o próximo álbum, algumas músicas já estão praticamente prontas, e vão rolar mais singles ainda este ano, com vídeo também. Fiquem ligados, eu garanto que vai valer a pena!

• O videoclipe é inspirado em animes, e quais outras obras (animes, filmes, livros etc.) têm influenciado vocês nas composições e ideias para novos vídeos?

Uma coisa que rola é que o Tiago (guitarrista) é roteirista e diretor, então ele traz umas influências f*das! Para o próximo álbum, venho buscado inspiração em artes visuais, livros, documentários… Tenho entrado nesse teto de como imagens nos despertam sentimentos e reações. Tem uma música nova que faz um paradoxo da profundidade do mar, e a profundidade de nossos pensamentos… Posso estar biruleibe das ideias, mas a música vai ser f*da!

A gente não tem dúvida de que será e estamos ansiosos por isso. Enquanto não sai, siga a banda no Instagram e confira as músicas já lançadas pela Teto das Nuvens no Spotify ou em outra plataforma de streaming!