Korn repete o que faz de melhor no novo álbum Requiem

A música divulgada anteriormente, “Forgotten”, abre o álbum Requiem, do Korn, lançado ontem, 4/2, e nos faz lembrar porque a banda é um dos maiores nomes do new metal até hoje.

Sem muita inovação na melodia, o Korn poderia ser taxado de fazer mais do mesmo, mas a banda está longe de ser repetitiva, muito pelo contrário, Requiem prova que é possível repetir uma fórmula de sucesso, voltar às raízes e fazer um dos melhores discos da carreira sem espaços para críticas.

Com nove faixas, Requiem é o menor disco da carreira do Korn, e sua rapidez ajuda a torná-lo intenso e distante do anterior, o sombrio The Nothing, de 2019. Aqui, temos um Korn enérgico, com seus clássicos groove de baixo e pesados riffs de guitarra ao vocal emotivo de Jonathan Davis, que na última faixa, “Worst Is On Its Way”, repete seu beatbox, nos levando de volta ao hit “Freak On a Leash”, de 1998.

E já que falamos de Jonathan Davis, é provavelmente ele o principal ponto que torna os dois últimos lançamentos do Korn tão diferentes entre si. Em The Nothing, Jonathan lidava com as perdas da mãe e da esposa em um intervalo de 6 meses como alguém que tinha acabado de entrar no processo de luto. Já em Requiem, Jonathan mostra ainda estar em processo, mas na etapa da aceitação, por isso, não é à toa que o primeiro single divulgado antes do lançamento do álbum foi “Start the Healing” (Comece a cura, em tradução livre).

“I can take it all away, the feelings/ Break apart the pain and start the healing” (eu posso tirar todos os sentimentos, desfazer a dor e começar a cura)

E de “Forgotten” até “Start The Healing”, o álbum segue com outras músicas caminhando entre letras e melodias mais esperançosas, como “Let The Dark Do The Rest”, mas que mostram que o medo de perder essa esperança e reencontrar os seus demônios voltem ainda está presente, como em “Lost In The Grandeur”.

Então, não se pode dizer que comparado a The Nothing, Requiem seja um disco mais feliz, mas ele é mais brilhante e esperançoso. E melodicamente, é Korn fazendo o que sabe fazer de melhor: ser o Korn.