Apartamento Mobiliado explora influências do rock progressivo em novo EP

De Juiz de Fora, Minas Gerais, a banda Apartamento Mobiliado lançou neste mês de janeiro o seu EP “Gioconda”, segundo lançamento depois do álbum “Em Obras”, de 2020, cujo título era uma brincadeira com o nome da banda e também com o fato dos próprios integrantes estarem se ajustando como um grupo de fato.

Agora uma banda mais madura, a Apartamento traz uma mescla do rock alternativo, já muito presente no primeiro disco, com o rock progressivo, e mostra que não tem problema em inovar, já que o resultado é bem viciante.
Trocamos uma ideia com Diego Sartori, vocalista da Apartamento Mobiliado, que falou mais sobre o EP e a experimentação no som da banda.

“‘Gioconda’”, melodicamente, foge de tudo que já fizemos. Buscamos um desafio, um som mais semelhante ao rock progressivo dos anos 70, com composições longas de harmonia e melodias complexas que contam com teclados como órgão e piano somados a guitarra, baixo e bateria. Além disso, há diversas referências de outros gêneros musicais, como o shoegaze e indie”.

O EP contém duas faixas: Gioconda parte 1 e Gioconda parte 2, que juntas contam uma história e, enquanto uma é em português, a outra é em inglês:

“As duas faixas são o encerramento de uma narrativa já existente no nosso primeiro álbum, seguindo altos e baixos que ilustram o turbilhão de pensamentos de uma pessoa que tenta sair de um relacionamento que, por mais que te faça mal, é extremamente difícil de desapegar. Em Gioconda pt. 2, “Yellow Days” (“Dias amarelos”, em tradução literal), dito repetidamente na canção nos remete a dias felizes e ensolarados, mas que não estão mais acontecendo”, conta Diego, explicando as muitas fases que o eu-lírico da música passa até a superação no final.

Mas por quê Gioconda?

O famoso quadro de Leonardo Da Vinci é conhecido como Monalisa, mas também como La Giconda, e foi essa mulher de sorriso enigmático a inspiração da banda para batizar o EP. Diego nos explicou um pouco como surgiu essa ideia:

“Costumava escrever durante as aulas da faculdade e, um dia, a professora estava explicando sobre a Gioconda. Assim que terminei minha letra, ela mencionou esse nome e eu não pude deixar de batizar a música assim. É uma pintura que ninguém entende ao certo o motivo de ter se popularizado tanto e atingido tais valores surreais. Alguns dizem que são suas mãos, outros dizem que é seu olhar, mas a verdade é que talvez não exista uma explicação lógica pra Monalisa, ela simplesmente aconteceu e cativou as pessoas, assim como o amor.”

E se você ouviu o EP e ficou curioso pra saber o que a banda prepara pro futuro, as expectativas são boas e mais experimentais. Diego antecipa:

“Já estamos trabalhando em novas composições, também distintas do que fizemos em ‘Gioconda’. Não queremos uma fórmula de fazer música, fazemos experimentações, mesclamos o que estamos ouvindo e queremos criar. O próximo lançamento vai ser um disco que já possui muitos rascunhos de composição, passando por blues e pós-punk. Também estamos na torcida pelo tão esperado fim da pandemia para que possamos voltar aos palcos”.

“Gioconda” foi gravado em novembro de 2021 no estúdio LaDoBê, em Juiz de Fora, com vocal e riffs de guitarra por Diego Sartori; guitarra base/solo e baixo por Yves da Mota; bateria por Marco Schmidt; teclado/órgão por Thiago Wurtz; e mixagem/masterização por Bernardo Mehri.

Ouça o EP e siga a banda no Instagram: https://www.instagram.com/banda.apmob/